Cartas

 

"Coração: bomba-relógio silenciosa. Dieta controlada e exercícios físicos freqüentes são métodos fáceis para não deixar que a bomba estoure."
Hanna Carolina Martins de Oliveira
Juiz de Fora, MG


Coração

Vejo pelo riquíssimo conteúdo da reportagem "O perigo real" (21 de abril), assinada pela jornalista Anna Paula Buchalla, que nasce uma nova definição para o coração: uma bomba-relógio silenciosa. O que se deve fazer é não deixar que se ative essa bomba-relógio. Deve-se prevenir! Dieta controlada e exercícios físicos freqüentes são métodos fáceis para não deixar que a bomba estoure. As conseqüências serão bem-vindas.
Hanna Carolina Martins de Oliveira
Juiz de Fora, MG

O perigo real do desencadeamento do infarto está sendo desvendado. Ainda não demos a grande guinada da história. Ela só ocorrerá quando as causas da formação das placas forem conhecidas. A luz no fim do túnel aponta para motivos genéticos, mas outros existem, causadores da atual mortandade por infarto. O New England Journal of Medicine em vários trabalhos originais publicados nos últimos anos indica a atorvastatina como a mais eficaz estatina no combate às placas arteriais. Ela já foi utilizada em doses adequadas e com sucesso em tratamento de infarto agudo do miocárdio. Pena que tem um efeito colateral importante: o bolso do paciente.
Joaquim P. Martins
João Pessoa, PB

Cumprimento a revista pelo destaque a um tema ainda tão atual e desconhecido da maioria dos médicos. Na verdade, tais procedimentos ainda precisam ser validados cientificamente por métodos estatísticos da chamada "medicina baseada em evidências", que é o modo correto em todo o mundo de avaliar quaisquer procedimentos da área. Mas já se sentia há tempos a importância dos processos inflamatórios na gênese das chamadas placas moles, que valem também para os derrames; mudança de hábitos e medidas medicamentosas simples estão presentes em incontáveis publicações médicas semanalmente, com a proposta de aspirina e uma estatina. O que vale a espera da validação citada é saber se realmente esse é o caminho ou se a indústria farmacêutica resolveu aumentar as vendas de aspirina e introduzir as estatinas no rol dos medicamentos mais usados, sendo estas últimas muito mais caras e não isentas de efeitos colaterais. A conferir no futuro.
Doutor Celio Levyman
São Paulo, SP

Foi com grande felicidade que recebemos a excelente matéria sobre a mudança de paradigmas em cardiologia. Cumprimentamos desde já a equipe envolvida no desenvolvimento de valioso material, que foi utilizado na pauta de nossa reunião com os alunos do curso de medicina da Universidade Federal Fluminense. É de grande mérito e responsabilidade a orientação competentemente levada aos leitores de VEJA. Entretanto, há uma discussão que a matéria toca levemente, que é o fato de a arteriosclerose ser uma condição auto-imune. Hoje, sólidas evidências experimentais, em camundongos e humanos, sustentam essa visão.
Vitor Pordeus
Interno do Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF) e fellow de pesquisa do Hospital Pró-Cardíaco
Evandro Tinoco Mesquita
Professor de cardiologia da UFF e coordenador científico do Hospital Pró-Cardíaco
Rio de Janeiro, RJ

 

Hans Blix

As considerações tecidas pelo senhor Hans Blix, ex-chefe dos inspetores da ONU, são evidentes (Amarelas, 21 de abril). Não haveria condições favoráveis para produzir no Iraque armas de destruição em massa devido ao resultado devastador sobre suas usinas nucleares após a Guerra do Golfo. Bush comandou a ação militar sem motivos palpáveis. No entanto, os cidadãos americanos, sim, ludibriados que foram, têm motivos bastantes para não reelegê-lo.
Hugo Lins Coelho
Recife, PE

Muito boa a entrevista com o ex-chefe dos inspetores da ONU Hans Blix. É óbvio que mais uma vez a organização foi usada para atender aos interesses americanos. Em meu ponto de vista, um dos fatores determinantes para o início do ataque ao Iraque pelos EUA foi o relatório emitido pela ONU, em que existiam informações bastante confiáveis da não existência das armas de destruição em massa no Iraque – dando assim ao poderio militar americano a certeza de "fácil conquista do território iraquiano".
Danilo Fernandes de Araújo
Mossoró, RN

 

Rio de Janeiro

Muito lúcida e esclarecedora a reportagem de Ronaldo França sobre a tragédia urbana no Rio de Janeiro ("A cidade que o medo construiu", 21 de abril). Chegamos a um ponto em que fica até difícil acreditar que exista muito a ser discutido sobre a violência e o banditismo que assolam a cidade do Rio, o Estado e o país. No fundo, as causas e as razões do problema parecem ser totalmente conhecidas, o que não há é interesse e vontade de mudar. Falta compromisso e responsabilidade política, critério, capacidade crítica e educação/acesso ao conhecimento da população e falta amor verdadeiro pelo país.
Juliana Salvado Ribeiro
Boston, Massachusetts, EUA

VEJA foi a única a enxergar o problema do Rio de Janeiro não como um incômodo do momento, mas como algo de longa data. A revista fez uma análise pertinente, a ponto de questionar o significado de termos como banditismo, violência e comunidade, utilizados por nós e pela imprensa de qualquer forma. Realmente, o que se vê no Rio nos últimos dias é a exibição do banditismo e a impossibilidade de dizer que aquelas casas dependuradas nos morros, abrigando pessoas com as piores condições de vida possíveis, formam uma comunidade. Do outro lado da cidade, na cúpula do poder, temos o teatro do Garotinho, que aproveita para parecer que faz algo além de se promover politicamente. No Planalto, um Ministério da Justiça mudo e com cara de intelectual, sempre esperando a situação se agravar, e um presidente vivendo nas nuvens, com discurso vazio e fazendo cara de que nada de errado está ocorrendo!
Leandro Anésio Coelho
Resende Costa, MG

Parabéns pela bela reportagem. Vocês, repórteres, são nossa esperança de dizer ao governo o que deve ser feito diante de tanta incompetência e oportunismo político.
Bernie Shepard
Phoenix, Arizona, EUA

É lamentavelmente triste e deplorável a situação de caos e violência que atinge a cidade e o Estado do Rio de Janeiro, com a bandidagem assenhorando-se de forma explícita de todos os espaços e ações que deveriam ser administrados pelo Estado, enquanto as autoridades responsáveis pela segurança pública se ocupam com evasivas demagógicas e aproveitam o próprio fracasso na gestão do problema para fazer achincalhe com assunto de tanta seriedade.
Sinvaldo do Nascimento Souza
Rio de Janeiro, RJ

 

Cota nas universidades

Excelente a visão crítica de VEJA, pesando bem os prós e os contras (muitos, aliás) da demagógica e racista cota para negros. Correta seria uma cota para "pobres", para quem, por exemplo, cursou mais de três quartos do 1º e 2º graus em escola pública. Negros não têm os piores empregos nem são mais analfabetos por ser negros, e sim por ser pobres. Pobres são pela natural conjuntura histórica de uma escravidão relativamente recente. Quanto à livre declaração de negritude, essa é a piada do 3º Milênio ("Retrato em preto-e-branco", 21 de abril).
Carlos Carrion Torres
Vitória, ES

Será que os negros ficaram satisfeitos com essas cotas que favorecem sua entrada na universidade? Afinal, a raça interfere na inteligência? Vamos acabar com essa falta de respeito com os negros.
Thadeu Santos Rodrigues
Acadêmico de direito
Governador Valadares, MG

O nó górdio no acesso à universidade é a existência da escola pública de boa qualidade nos ensinos fundamental e médio. A síntese de Lucila Soares é perfeita. Parabéns.
Paes Landim
Deputado federal (PTB/PI)
Brasília, DF

A questão de "cotas" para ingresso no ensino superior conseguiu se tornar ainda mais absurda com a atitude racista dos responsáveis pela Universidade de Brasília pretendendo estabelecer quem é e quem não é negro ou mulato. É grave a tentativa de desobedecer ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei.
Gustavo Py Gomes da Silveira
Professor titular da Faculdade Federal
de Ciências Médicas de Porto Alegre
Porto Alegre, RS

 

Estrela vermelha no Alvorada

É inacreditável a prepotência do PT de deixar sua marca nos jardins do Palácio da Alvorada e mesmo na Granja do Torto, que são propriedades públicas. Sugerimos que, não tendo o que fazer, plante também um canteiro com a foice e o martelo. Melhor dona Letícia voltar a ser apenas o que sempre foi: esposa do presidente ("É partido ou é governo?", 21 de abril).
Aristides A.J. Makowich
Arapongas, PR

 

Tales Alvarenga

Foi com imenso regozijo que li o artigo "O Estado somos nós" (21 de abril), do senhor Tales Alvarenga. Necessitamos, dia após dia, de um crítico talentoso e amante da sociedade capaz de articular as idéias de tal forma que incite no leitor a fúria de um espírito não leviano, sem nos privar jamais da sublime beleza da erudição.
Carolina Andrade
São José do Rio Preto, SP

Lúcida a análise de Tales Alvarenga. Os brasileiros ainda não se deram conta de que estamos numa cilada. O presidente diz que não é Deus para fazer milagres, mas ele pensava que era, e o povo que o elegeu, também. A mídia esquerdista, encastelada nas redações de jornais e revistas, paparicou Lula durante vinte anos, desde a Vila Euclides, e agora está caindo na real. Como afirmou o presidente do STF, Maurício Corrêa: "Vida sofrida não é credencial para ninguém ser presidente da República". Agora, é agüentar!
Lael Oliveira Almeida
Belém, PA

 

André Petry

A análise sociológica de André Petry sobre o MST ("Mil pecados. Alguma virtude?", 21 de abril) talvez seja a única explicação com alguma lógica para a permanência de um movimento social sem pé nem cabeça, mas que afronta sem muitos obstáculos a tolerância dos donos das terras invadidas, o que seria impensável algumas décadas atrás. A classe dos sem-rumo na vida econômica atual engrossa as filas imensas daqueles desocupados à procura de alguma coisa, e a terra é o leitmotiv que os induz ao paraíso de seus sonhos. Reforma agrária, nesse contexto, não passa de mero pretexto para seus líderes.
Dálvares Barros de Mattos
São Paulo, SP

 

Reforma agrária

Alguma organização o MST já tem, mas não entendo qual o sentido de investir tanto em bandeiras e bonés, e não em escolas agrícolas, já que grande porcentagem dos participantes do movimento não sabe como nem o que plantar. É triste ver que os líderes do movimento perdem enorme chance de atrair admiradores de sua causa ("Como na guerra", 21 de abril).
Carlos F.A. Metzler
Münster, Alemanha

 

Stephen Kanitz

Fiquei emocionada ao ler o ponto de vista de Stephen Kanitz sobre a arte de servir ("Preparadas para servir", Ponto de vista, 21 de abril). Uma lição profunda de vida, amor, realização, ética e educação. Ética e Educação com E maiúsculo. Somente aqueles que sabem servir conseguem sentir a felicidade por essa imensa virtude. Educadores, professores, pedagogos, pais, despertem e acordem com a importância do exercício da arte de servir. Parabéns, Stephen Kanitz, por expressar tão clara e objetivamente seu ponto de vista sobre um tema tão nobre.
Solange Tolomio Guimarães
São Paulo, SP

Perfeita a abordagem feita por Stephen Kanitz sobre a aversão de nossa sociedade a servir ao próximo, antagonizando com nossa fama de país católico. É pena que o desnível cultural e financeiro de nosso povo não permita que esta publicação chegue à maioria. Entretanto, acredito ser nossa função servir de multiplicadores de ações que possam redirecionar o modo de ver e pensar o mundo a nossa volta. Parabéns.
Carlos Alberto Linhares Bezerra
Sobral, CE

Vivendo numa sociedade em que não houve escravidão, tenho a dizer que servir aqui na Suécia é algo impensável. Todos os dias eu me pergunto como uma sociedade pode evoluir assim, sem nenhuma mentalidade de serviço. Não acredito que exista outro lugar onde a idéia de servir seja considerada tão humilhante, degradante. E morro de saudade do sorriso e do charme brasileiros de servir com classe, com orgulho, com a sensação do dever cumprido.
Sandra Lerda
Estocolmo, Suécia

 

Veja essa

Sobre a queixa do inatacável, ilibado, honrado e grande brasileiro Antonio Ermírio de Moraes (Veja essa, 21 de abril), de que não consegue audiência com o presidente Lula, gostaria de dizer a ele: basta que se filie ao PT e ao MST, que invada fazendas produtivas, que destrua suas sedes e abata seu gado que certamente o senhor será recebido.
Adir de Castro
Belo Horizonte, MG

 

José Dirceu

Já era tempo de José Dirceu perceber que não está no poder para bancar o primeiro-ministro. Compreende-se o nível de confiança e de amizade que o une ao presidente Lula há mais de trinta anos, mas não se pode admitir que toda a economia fique em estado de animação suspensa num momento de transitória fragilização de quem nem ministro da área econômica é. Afinal, quem comanda o Brasil? O eleito ou a eminência parda ("O capitão ri, o assessor chora", 21 de abril)?
Gustavo Henrique de Brito Alves Freire
Recife, PE

 

Salão de Nova York

A reportagem "Beleza interior" (21 de abril), sobre o Salão de Nova York, afirmou enfaticamente: "O primeiro carro-conceito foi o GM Y-Job, de 1938. Projetado por Harley Earl, o papa do design de automóveis, o carro introduziu os faróis retráteis, que influenciaram toda a produção da indústria automobilística dos anos 40". Os belos Cord 812 já adotavam esses faróis em linha de produção anos antes. Eles influenciaram a linha de esportivos a partir dos anos 60, não nos 40, com algumas exceções de praxe. Também existiram carros-conceito anteriores ao Y-Job, na época chamados de protótipos, e o popular Volkswagen foi um deles, bem no comecinho dos anos 30, com proposta apresentada até pela Mercedes-Benz. Descontando isso, a reportagem está ótima, dentro do alto padrão de VEJA.
Wagner Nogueira
Campinas, SP

 

Segurança

É lamentável que em profissões como segurança, e até policial, os candidatos ainda sejam selecionados pela força física como animais de tração, e não pela capacidade mental. Deviam criar um curso de graduação superior em segurança estratégica ou segurança pessoal e patrimonial. Aqui em Pernambuco, um policial tem salário acima do dobro do de um professor da rede pública. Para o professor é exigido o curso superior, mas para o policial somente o ensino fundamental e a força física ("Exército em casa", 21 de abril).
João Bosco
Petrolina, PE

 

Diogo Mainardi

Fantástico o artigo "Bom é ser improdutivo" (21 de abril), escrito por Diogo Mainardi. Para o governo do PT, ser "improdutivo" (inerte, ineficaz e paternalista) parece ser bom, pois eles estão em lua-de-mel com o poder há quinze meses, tão deslumbrados com a possibilidade real de gerir o Brasil que se esqueceram de governar. Produtivo seria o governo cessar a falácia e começar a executar medidas que efetivamente gerem resultados e que demonstrem que democracia não é sinônimo de desordem. Avisem ao governo do PT que o Brasil não é uma ONG!
Guilhermo Hanry Fernandes
Vitória, ES

Admiro a coragem de Diogo Mainardi ao expor seu ponto de vista. O artigo "Bom é ser improdutivo" foi de muita clareza e sabedoria. Preocupamo-nos tanto com as terras improdutivas e não vemos que nas maiores instituições e no poder estão as pessoas mais improdutivas e incompetentes.
Magali Nunes Laguardia
Belo Horizonte, MG

 

Rio de Janeiro 2

A violência nas grandes cidades, principalmente no Rio de Janeiro, cresceu exacerbadamente porque as autoridades preferiram o discurso politicamente correto, em defesa dos direitos humanos, ou seja, na recusa do enfrentamento, o que na verdade sempre caracterizou a elite dirigente brasileira, que continuamente preferiu evitar o conflito, em vez de encará-lo. Um ex-governador do Rio de Janeiro, que dirigiu esse Estado por duas vezes, disse certa vez: "Sinceramente, por mim o policial não andaria armado". Protelaram o combate efetivo à violência, o que permitiu aos narcotraficantes se fortalecerem de tal forma que atualmente ninguém mais se sente seguro. Uma coisa é o nosso querer, outra é a realidade. Todos anseiam pela paz, todavia "há tempo de paz e tempo de guerra". O Rio de Janeiro vive uma guerra não declarada. Enfrentar a autoridade constituída com fuzil é um ato de guerra, e não adianta fazer discursos fantasiosos para dar solução a esse conflito.
Melquisedec Correia do Nascimento
Tenente PM
Presidente da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas do Estado do Rio de Janeiro
www.amaerj.org

A reportagem foi muito generosa ao tratar da incompetência das autoridades fluminenses no combate ao tráfico. O que pudemos observar na semana passada foi um "teatro" estrelado pelo secretário de Segurança Pública, o senhor Anthony Garotinho, sobre o que não se deve fazer. Chega de populismo e de ações visando a interesses eleitoreiros. Parabéns a VEJA por mostrar que o estado de sítio atual está relacionado com a má gerência administrativa praticada pelos governantes há décadas.
Michel Martignago Mondardo
Rio de Janeiro, RJ

Muito oportuna a citação de VEJA, lembrando que durante muitos anos o carioca exaltou a malandragem (e continua exaltando, pois ainda vota em certos políticos) como se fosse virtude. Aliás, o que se pode esperar do futuro de uma cidade refém da incompetência de seus governantes, onde o turismo da miséria é incentivado pelas autoridades, com favelas, malandros, morros e bocas-de-fumo sendo atrações para tour, com guias turísticos, como se estivessem documentando in loco grandes patrimônios da humanidade? De fato, para os "curiosos estrangeiros" é uma aventura marcante e histórica. Quando eles estiverem vendo de longe toda essa batalha urbana, vão poder mostrar emocionados fotos e vídeos, como se tivessem estado no Vietnã ou no Iraque. E dizer: caramba, eu já estive lá!
Carivaldo Pinheiro
Rio de Janeiro, RJ

 

Roberto Pompeu de Toledo

O senhor Roberto Pompeu de Toledo, reportando-se ao site Viva Favela, revela-nos a dramática realidade dos morros no Rio de Janeiro (que não é diferente nas periferias das grandes cidades), comparando-a à ditadura de Saddam Hussein. Os moradores são submetidos e subjugados por meio da violência e pelo medo; escravizados por "leis" que "disciplinam" a liberdade de ir e vir e de vestir, impondo a lei do silêncio e eliminando a liberdade de expressão com mordaças e até com a vida. A exemplo de tiranos, exterminam dissidências e desconhecem direitos humanos. Ao mesmo tempo, recebem o reconhecimento pela chantagista, simpática e arrogante benemerência que domina, cativa e compra adeptos. Omissões, descasos, impunidade, conivência, ironias, troca de acusações e intervenções políticas oportunistas num constante e desorientado jogo de interesses, que resume a conclusão do ensaísta: o Iraque é aqui e seus "libertadores incompetentes" terminam por causar mais danos ("Na Rocinha, como em Falluja", Ensaio, 21 de abril).
Ângela Luiza S. Bonacci
Pindamonhangaba, SP

 

Sérgio Abranches

O artigo "Não há guerra civil" (Em foco, 21 de abril) é por demais oportuno e contundente. É necessário que as autoridades, enebriadas pelo recente poder adquirido, despertem e se recordem de sua luta "enquanto povo", tomando pulso da situação da criminalidade, que nos assusta. Meu único desacordo é justamente com relação ao título do artigo. Os traficantes, o crime organizado e os invasores do MST (a fundo, não vejo por que fazer muita distinção) se articulam e se juntam em grupos armados (com armamento que supera até o do Exército), colocando-se acima dos governos e da Constituição. Então, isso para mim já não é crime comum. Vivemos mesmo é uma guerra.
Pedro Correa
Recife, PE

Parabéns a Sérgio Abranches pela clareza inconfundível da análise dos acontecimentos que envergonham o povo brasileiro pela desfaçatez de seus governantes.
Amaury V. Monari
Bariri, SP

 

Carta do Editor

Sou assinante e admiradora de VEJA. Ao ler a Carta do Editor "Troca de guarda na direção de VEJA" (21 de abril), percebi mais uma vez o comprometimento do editor com os leitores. Desejo, sinceramente, aos senhores Eurípedes e Tales muita liberdade e bom humor nessa nova etapa! Bon courage!
Denise Gisele de Britto Damasco
Brasília, DF

Tenho acompanhado há alguns anos a brilhante carreira jornalística de Eurípedes Alcântara na revista VEJA. Sua promoção ao cargo de diretor de redação reflete a preocupação da Editora Abril com a verdade e com a qualidade de suas publicações, justificando a posição de líder absoluta nesse segmento jornalístico. Parabéns à Editora Abril pela melhor renovação possível de seu compromisso com os leitores.
Marinho Del Santo Jr.
São Paulo, SP

VEJA acaba de mostrar ao país o valor que dá a seus bons e competentes colaboradores. Um exemplo que deveria ser seguido principalmente pelas estatais e pelo governo, do qual muitos executivos do mais alto gabarito têm sido alijados ao longo dos anos para dar lugar a afilhados de políticos importantes, muitas vezes de moral duvidosa e que se prestam à defesa dos mais baixos interesses.
Elói Inácio Carmezini
Biguaçu, SC

 

O massacre das focas

Uma vez que o Greenpeace foi citado na matéria, solicitamos a publicação desta nota de esclarecimento. O Greenpeace se opõe a qualquer atividade humana que seja prejudicial à população de focas. De 1976 a 1983, a organização participou ativamente da campanha contra a caça comercial desses animais no Canadá. Combater o massacre de focas continua sendo uma preocupação do Greenpeace, que apóia o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal e outros grupos que assumiram a liderança das ações na região.
Frank Guggenheim
Diretor executivo do Greenpeace Brasil
São Paulo, SP

 

Claudio de Moura Castro

Ao ler a reportagem "Leva cinqüenta anos?" (14 de abril), ficamos emocionados pelos elogios e reconhecimento de que há bom e afinado "som" além da grande capital cultural, São Paulo. O Conservatório de Tatuí, órgão do governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Estado da Cultura, foi criado por Lei Estadual em 13 de abril de 1951 e instalado em 11 de agosto de 1954, sendo considerado o mais sério e bem-sucedido esforço do governo do Estado na formação de músicos instrumentistas. Contando com uma estrutura ímpar e reconhecimento internacional, o Conservatório de Tatuí tem hoje mais de 3.500 alunos de diversas cidades do Estado, do país e também do exterior.
Prof. Antonio Carlos Neves Campos
Diretor técnico de divisão
Tatuí, SP

 

Congresso

Receba meu protesto pela maneira indelicada com que VEJA, na seção Holofote, chama-me de insaciável. O assunto de reeleição das mesas da Câmara e do Senado corre sem minha participação. Não estou lutando por nenhum cargo, e não é esse meu estilo na vida pública brasileira. O presidente Lula é a maior testemunha de que jamais procuro ou procurei interferir em seu governo, e minha atuação está restrita às minhas funções de presidente do Senado, com a completa solidariedade de meus colegas.
José Sarney
Presidente do Senado
Brasília, DF

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