O VEREADOR MISTERIOSO

 

Em São Joaquim, Pedro Paulo elegeu-se vereador pela ARENA.

Desenvolto de língua e leve de mão, mancomunou-se com um prefeito corrupto e os dois formaram uma dupla terrível, apesar das constantes rusgas entre ambos por causa das propinas: um achava que tinha mais direito sobre elas que o outro .

Pedro Paulo era metido a comilão.

Muitas mulheres da cidade eram acusadas de transarem com ele.

Freqüentava a zona de meretrício em Lages, e particularmente, a casa da Idalvina, onde ia de dia, sempre pela manhã, disfarçado, para não aparecer.

Todo mundo sabia disso e achava normal, naquela época, que o vereador gostasse de zona. Era sinal de macheza.

Só não sabia de suas preferências sexuais.

Idalvina bem que desconfiava que alguma coisa estranha estava acontecendo. Ele sempre levava as mesmas duas mulheres para o quarto, onde ficavam cerca de uma hora. Durante todo este tempo, só se ouviam os gemidos e urros de prazer dele. Elas permaneciam no mais absoluto silêncio.

Idalvina tentara inúmeras vezes, escutar, ouvido colado à porta: impossível obter qualquer pista que a levasse a descobrir o que estava acontecendo lá dentro.

Pensou em fazer um furo na parede, mas ficou com medo de ser descoberta e desistiu da idéia.

Matutou, matutou até que teve a luminosa idéia: mandou colocar um enorme vidro espelhado na parede, desses que se pode ver através dele sem ser visto. O vidro viera de Curitiba e custara uma nota, mas Idalvina queria porque queria saber o que acontecia dentro daquele quarto.

Inútil perguntar às mulheres que, apavoradas, negavam-se a dar qualquer informação. Como o dinheiro entrava fácil e abundante através delas, a dona da casa não insistira.

Ansiosa, aguardou a vinda do vereador. Quando o viu chegando, trancou-se no quarto ao lado daquele que seria ocupado pelos três, apagou a luz e pôs-se a postos atrás do espelho.

Os três entraram no quarto. As mulheres permaneceram vestidas. Só o vereador se despiu.

Depois abriu sua bolsa tiracolo e de dentro dela tirou um enorme pênis de borracha.

Deitou-se de bruços na cama e passou a chupá-lo metodicamente, no que era ajudado por uma das mulheres, que permanecia vestida.

A outra passava um creme na mão direita. Por dentro e por fora da mão.

A dona da casa estranhou bastante, mas vá lá... Estava acostumada com coisas estranhas acontecendo por ali.

A mulher se postou por trás do vereador nu e de quatro sobre a cama e, pasmem, tratou de enfiar toda a mão em seu ânus, o que provocou os conhecidos gemidos. Torceu e retorceu a mão, ajeitou, empurrou, puxou, até que, repentinamente, a mão entrou até o pulso.

O vereador urrou e ejaculou.

Idalvina quase teve um colapso.

- Filho da puta!... E todo mundo sempre achando que esse cara era o maior comilão da paróquia!... Filho da puta, veado!!!

Idalvina estava indignada e abismada, principalmente porque em toda sua vida de meretriz, jamais vira alguém que sentisse prazer em que se lhe enfiasse a mão no rabo.

- Filho de uma puta!

E os gemidos de prazer continuaram por mais uma meia hora.