VIOLÊNCIA - A propósito da reportagem de capa
da revista veja, edição n°
1562, de 07.06.2000, "Socorro", tenho a dizer o seguinte:
Num país em que sucessivos governos, vem extorquindo
dinheiro do povo com a maior sem-cerimônia, apoiados que são por um Parlamento
preocupado apenas em obter do Executivo, as verbas necessárias à promoção da reeleição
de seus membros;
onde se permite que banqueiros obtenham lucros
exorbitantes e se aceite mentiras deslavadas como explicações;
em que se promove verdadeiro massacre das mini,
pequenas e médias empresas, através dos altos juros, com vista a entregar suas
atividades à ganância do capital internacional (globalização), esquecendo-se do
desemprego em massa que isso provoca;
onde os governantes não estão preocupados com o bem
estar do povo, que é a Nação, e apenas com aqueles grupos que lhes darão sustentação
política, mantendo-os no poder;
onde as autoridades em geral e em especial a polícia,
despreparada, mal armada e mal educada (há muitos policiais a quem não se
poderia entregar sequer um estilingue, tal o seu despreparo para lidar com a
população), que não conhece seus limites; que não sabe que é um servidor a
serviço da população, sua superiora hierárquica; que não sabe que seu dever
termina onde começam os direitos dos demais cidadãos;
não se pode esperar outra coisa que não o aumento da
violência, pois os excluídos se vêem privados de todos os bens e riquezas
produzidos.
E isto é o que está acontecendo no Brasil, transformado
num covil. E num covil o que se forma é violência.
Querem acabar com a violência?
Destruam as prisões e transformem-nas em fábricas;
transformem os prisioneiros em obreiros.
Financiem a juros decentes à produção. Ela gera
empregos, gera riqueza distribuível aos excluídos, que não querem ser bandidos.
Querem, isto sim, ter acesso aos bens de consumo que costumam ver os outros possuir,
nas novelas, nos noticiários, no dia a dia da propaganda.